6 de jan. de 2017

Pesquisadores do INPE são premiados por participar da detecção das ondas gravitacionais


(INPE) O anúncio da primeira detecção de ondas gravitacionais foi o destaque científico de 2016. A descoberta, que confirmou parte fundamental da Teoria Geral da Relatividade formulada por Albert Einstein, foi realizada por um time de vários países, entre eles cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP).

Nesta quarta-feira (4/1), a Fundação Gruber comunicou oficialmente os membros da colaboração LIGO (do inglês Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory) por estarem relacionados entre os vencedores do Prêmio Gruber de Cosmologia 2016.

O prêmio foi entregue em julho passado durante a Conferência Internacional sobre Relatividade Geral e Gravitação, em Nova Iorque, a Rainer Weiss, Kip Thorne, Ronald Drever, que lideraram o projeto LIGO.

“As pesquisas e atividades para detectar as ondas gravitacionais mobilizaram mais de mil colaboradores de aproximadamente 130 instituições científicas”, diz Odylio Aguiar, pesquisador que coordenou os estudos no INPE. “Em nosso instituto, participaram também Marcos André Okada, César Augusto Costa, Márcio Constâncio Jr, Elvis Camilo Ferreira e Allan Douglas dos Santos Silva”.

Em seu comunicado, a Fundação Gruber parabeniza os membros da colaboração LIGO por “perseguir o ideal de observar o universo em ondas gravitacionais, levando à primeira detecção das ondas que se originaram da colisão de dois buracos negros. Este evento extraordinário forneceu o primeiro vislumbre do regime de gravidade forte da teoria da relatividade geral de Einstein que governa a dinâmica de buracos negros, fornecendo evidência direta de suas existências, e demonstrando que a sua natureza é consistente com as previsões da relatividade geral”.

Além do Prêmio Gruber de Cosmologia, a colaboração LIGO também mereceu o Prêmio Breakthrough Especial 2016 em Física Fundamental, destinado a conquistas científicas extraordinárias.

Nova astronomia
A primeira detecção de ondas gravitacionais, anunciada em 11 de fevereiro de 2016, foi um marco da física: ela confirmou uma importante previsão da teoria da relatividade geral de 1915 de Albert Einstein e marcou o início de um novo campo da astronomia.

A chamada Astronomia de Ondas Gravitacionais deve causar uma revolução no conhecimento que temos do Universo, com consequências para a Física e Astrofísica.

Ondas gravitacionais carregam informações sobre suas origens e sobre a natureza da gravidade que não podem ser obtidas de outra forma. Físicos concluíram que as ondas gravitacionais detectadas foram produzidas durante os momentos finais da fusão de dois buracos negros — de 36 a 29 vezes a massa do Sol — para produzir um único e massivo buraco negro com 62 vezes a massa do Sol. Esta colisão de dois buracos negros tinha sido prevista, mas nunca observada.

O fenômeno foi observado em 14 de setembro de 2015, às 6h51 (horário de Brasília) pelos detectores gêmeos do Observatório Interferométrico de Ondas Gravitacionais LIGO (do inglês Laser Interferometer Gravitational-wave Observatory), localizados em Livingston, Louisiana, e Hanford, Washington, nos Estados Unidos. Clique aqui para saber mais.

Pós-graduação do INPE
O INPE possui o único curso de pós-graduação no Brasil que teve professores e alunos participando das primeiras detecções de ondas gravitacionais.

Estes docentes e discentes da Pós-Graduação em Astrofísica do INPE participaram, junto com outros membros da Colaboração Científica LIGO e Virgo, de 19 artigos científicos em 2016, publicados em jornais Qualis A, apresentando os resultados das detecções.

Todos eles receberam, junto com outros membros da colaboração científica LIGO e Virgo, o Prêmio Avanço Especial em Física Fundamental (Special Breakthrough Prize for Fundamental Physics) e o Prêmio Gruber de Cosmologia de 2016 (2016 Gruber Cosmology Prize).

Confira aqui o artigo sobre a primeira detecção de ondas gravitacionais, cujo todos os autores receberam o prêmio.

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