16 de mar. de 2017

Equipe do Brasil vai participar de competição da NASA pela primeira vez

Estudantes levantaram verba através de uma vaquinha e conseguiram produzir um veículo quase seis vezes mais barato do que a média


(Galileu) Um grupo de seis estudantes vai formar a primeira equipe brasileira da história a participar da competição NASA Human Exploration Rover Challenge, feita na sede da agência espacial americana, em Huntsville, no Alabama, EUA.

Todos eles vêm da região de São Gonçalo e Niterói, no Rio de Janeiro, e têm entre 15 e 17 anos. A missão dos "Spacetroopers" — nome do time escolhido por eles — é construir um rover, veículo projetado para andar em ambientes extraterrestres. O carrinho pode ser elétrico, motorizado ou robotizado. Para o desafio era preciso projetar um automóvel do tipo tripulado e mecânico.

Os brasileiros não só fizeram o projeto em pouco tempo, como construíram o aparelho com o mínimo possível de custos. Segundo a estudante de engenharia da Universidade Federal Fluminense Nathália Pires, de 17 anos, o carrinho, movido a pedal, custou 1.100 dólares para ficar pronto. Uma grande diferença quando comparado à média de custo dos outros carrinhos: seis mil.

A competição conta com a participação de 72 países, e, pela primeira vez, vai ter a participação de uma equipe brasileira. "Eu achei o anúncio na página de um rede social de uma garota da Europa. Acho que nem tem divulgação aqui no país", conta Rafaela Bastos, de 17 anos, à GALILEU. Foi ela quem enviou o e-mail para a organização do evento, perguntando se era possível fazer uma inscrição brasileira.

"Nós brincamos que foi nosso presente de Natal, porque dia 25 de dezembro eles nos responderam agradecendo o interesse e confirmando nossa entrada", diz Nathália. Em janeiro, a equipe inciou a projeção do carrinho, que durou pouco mais de um mês. Antes de ficar completamente pronto, porém, eles já vinham treinando o manuseio do veículo.

A ideia do NASA Human Exploration Rover Challenge é desafiar o rover em tarefas de exploração extraterrestre. A principal competição é uma corrida de obstáculos, de aproximadamente 840 metros. Em outra prova, é preciso coletar amostras no menor tempo possível, com ferramentas projetadas pela própria equipe. Em um terceiro desafio, o design da roda do veículo é avaliado.

Além de Nathália e Rafaela, o time é formado por Larissa Perrone, Alexandre Rodrigues, Fellipe Franco e Yago Dutra. Todos assíduos participantes de olímpiadas científicas. Para conseguir bancar a viagem, porém, o grupo precisou arrecadar uma vaquinha de 60 mil reais, que abarcava o preço de transporte do carrinho, dos participantes e outros custos de viagem.

Os membros participaram do quadro Agora ou Nunca, do programa Caldeirão do Huck, e conseguiram arrecadar 30 mil reais de uma vez. Segundo Nathalia, eles possuem cerca de 58 mil reais no total.

“Queremos incentivar as crianças, porque as pessoas acham que isso tudo é muito impossível, mas com ajuda não é", afirma Nathália. Ela conta que depois de voltar da competição, eles pretendem iniciar um novo projeto com antecedência, para participarem da fase univeristáira da competição, que é mais difícil.

Se o resultado desse ano for positivo, eles esperam conseguir apoio para projetar algo mais complexo. Por isso mesmo, eles ainda estão a procura de suporte financeiro.

"Queremos colocar o Brasil em um status de tecnologia que não existia", explica Nathália. "Tá todo mundo se dedicando ao máximo, trabalhando todo dia no carrinho. Estamos confiantes também porque o veículo está maravilhoso", conclui Rafaella.

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