22 de mai. de 2017

Astrônomos da USP explicam por que região do Sol na Via Láctea é habitável

Grupo de Astrônomos demonstrou que o Sol “mora” em uma região da Via Láctea mais favorável para a vida, pois não cruza os braços espirais da Galáxia. Eles também encontraram a explicação para a existência de um braço espiral anômalo na vizinhança solar.




(IAG) Utilizando dados precisos de posições de estrelas jovens e cálculos detalhados de órbitas na Via Láctea, uma nova pesquisa mostrou que o Sol reside permanentemente no meio de dois braços espirais importantes da galáxia, Sagittarius e Perseus. De acordo com essa descoberta, o Sol jamais cruza os braços espirais, evitando um evento catastrófico que poderia causar extinções em massa na Terra. O trabalho foi realizado por uma equipe liderada por Jacques Lépine, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo.

Nossa galáxia, a Via Láctea, tem a forma de um disco achatado formado de estrelas e de gás. Como muitas galáxias, ela apresenta “braços” espirais" – estruturas espiraladas de matéria mais brilhante que contêm estrelas jovens e luminosas. As estrelas do disco galáctico giram em torno do centro da Galáxia da mesma forma que os planetas giram em torno do Sol. O Sol não é diferente, e demora 200 milhões de anos para dar uma volta galáctica.

Os astrônomos da USP descobriram que o Sol e os braços espirais giram como a mesma velocidade. Isto é algo que só acontece para estrelas que se encontram aproximadamente na mesma distância do centro galáctico que o Sol, cerca de 26.000 anos-luz. Como o Sol anda junto com os braços espirais, ele nunca os cruzará.

“Sempre se especulou sobre o que acontecia cada vez que o Sol atravessa os braços, e se pensava que isso acontecia periodicamente, por exemplo a cada 150 milhões de anos”, contou Lépine. “Mas de acordo com os nossos cálculos isso não acontece nunca”.

A pesquisa também explica a existência de um pequeno braço anômalo na Via Láctea, chamado de “Braço Local”. De acordo com o grupo de Lépine, o “Braço Local” foi formado por muitas estrelas que, como o Sol, ficam “presas” entre os braços de Sagittarius e Perseus.

O trabalho possui suporte da FAPESP, CNPQ e da CAPEX (via PROEX).

Informações sobre o artigo
O artigo “The dynamical origin of the Local Arm, and the Sun´s trapped orbit” (Jacques R. D. Lépine, Tatiana A. Michtchenko, Douglas A. Barros, Ronaldo S. S. Vieira) foi aceito para publicação na revista Astrophysical Journal, e já se encontra disponível no site Astro-ph: http://arxiv.org/abs/1705.04381

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