14 de ago. de 2017

Eclipse solar permitirá a cientistas mais conhecimento sobre o universo

Na próxima segunda, um eclipse solar total varrerá os Estados Unidos de costa a costa, como não acontece há quase um século. O fenômeno também será visto em alguns estados brasileiros



(Correio Braziliense) De um dos cantos do Sol, um disco negro avança lentamente. O corpo celeste que ilumina a noite agora traz para o dia uma amostra da sua escuridão. Na Terra, uma sombra avança na velocidade de um avião supersônico, a mais de 2.500 quilômetros por hora. Leva pouco mais de uma hora até que a Lua cubra o astro-rei completamente. Poucos segundos antes do ápice do eclipse, o Sol é reduzido a uma fina linha ao redor do satélite. Subitamente, a noite vem, as estrelas aparecem no céu e a coroa solar envolve a Lua. A temperatura cai bruscamente, em até 10°C, e um vento repentino pode aparecer. O fenômeno é tão poderoso que animais noturnos saem das tocas e os diurnos vão dormir, para acordarem confusos alguns minutos depois. É a chamada totalidade do eclipse solar.

Na próxima segunda-feira, o fenômeno intrigante percorrerá os Estados Unidos de costa a costa, algo que não acontece há quase um século. Apesar de o eclipse solar não ser raro — acontece a cada 18 meses —, é incomum que a totalidade percorra um país tão grande e por tanto tempo, ainda mais o lar da maior agência espacial do mundo, a Nasa, que se prepara para explorar ao máximo a oportunidade astronômica.

Diversas missões estão sendo preparadas, incluindo uma gama de satélites no espaço, balões meteorológicos, observatórios em solo e telescópios montados em aviões, que seguirão a totalidade para estender ao máximo a sua duração. Enquanto em solo ela não passará de 2 minutos e 40 segundos, a bordo dos aviões, ocorrerá durante cerca de 8 minutos, dando mais tempo para os experimentos.

“Existe previsão de eclipses literalmente há milênios, mas nem sempre é possível deslocar técnicos e equipamentos para a faixa de totalidade. Muitas vezes, uma parte grande dessa faixa está no mar, em locais remotos ou em regiões conflagradas do mundo. Desta vez, tem-se um eclipse total que atravessará o país que tem a maior agência espacial do mundo e, ainda por cima, nas férias de verão. Com certeza, a oportunidade vai ser muito bem aproveitada”, diz Roberto Costa, professor do Departamento de Astronomia da Universidade de São Paulo (USP).

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