Ela contempla o céu.
Deitada na terra fria.
Nem todas as pálidas estrelas
Em sua poética majestade
A fazem esquecer a saudade
Que a cobre como um véu.
Ela contempla o céu.
E a noite, com seu manto de névoa
Cobre a tristeza densa, sem trégua
Deixando-a invisível
Como se o mundo fosse insensível
Esquecido de sua dor.
Na solidão de seu vazio
As lágrimas correm como um rio
A lua chora em companhia
Num cadente suspirar, esperando o dia.
Ele contempla o céu.
Deitado na terra fria.
Mãos se unem.
Almas se fundem.
A névoa se dissipa, descortinando a paisagem
O luar se renova, pedindo passagem
As estrelas brilham como que pela primeira vez
E eles contemplam o céu.
Ana Quevedo
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