17 de ago. de 2009

Diretor de "Estômago" lança filme sobre astrônomo em Gramado


(UOL) Depois de mostrar o universo de um cozinheiro no premiado "Estômago", Marcos Jorge lança filme sobre um astrônomo em "Corpos Celestes", dirigido em parceria com Fernando Severo. A estreia, uma das mais aguardadas do 37º Festival de Cinema de Gramado, ganhou sessão nesta sexta-feira, 14 de agosto, no Palácio dos Festivais.

No filme, não só a profissão, mas conceitos de astronomia são mostrados em meio aos diálogos. Imagens em alusão ao céu e ao espaço aparecem com freqüência, e mostram a área de principal interesse de Francisco, interpretado por Rodrigo Cornelsen na infância e por Dalton Vigh na vida adulta.

Durante a exibição, o personagem pareceu ganhar a simpatia do público, sobretudo na fase em que aparece criança. Intrigado pelo telescópio de um vizinho norte-americano, o pequeno Chiquinho "invade" a casa e desenvolve uma amizade comovente com o homem chamado pelos vizinhos - incluindo seus pais - de louco.

Ainda que envolto em mistérios, o norte-americano lhe ensina noções de astronomia e retribui a afeição do garoto até um episódio trágico aparecer. Passados os anos na história, o tom muda: o olhar curioso e ingênuo do garotinho dá espaço para o ceticismo do adulto, envolvido numa relação amorosa mal resolvida e pouco ligado (ao menos fisicamente) à vida de sua infância, na cidadezinha que deixou para trás. A julgar pela sessão em Gramado, a mudança de "fases" na história de Francisco parece não ter perdido a atenção do público que, no final, caprichou nos aplausos.

Astrônomo nas telas é "ousadia"
Antes da sessão, o filme teve coletiva de imprensa na tarde de sexta-feira (14). Na entrevista, havia um clima de curiosidade extra no ar, já que o filme ainda se encontrava inédito, ou seja, sem exibição oficial aberta para o público. O personagem, por ter uma profissão inusual no cinema brasileiro, também parecia enigmático. "O fato de ele ser um astrônomo é ousado, interessante e espelha o que somos. Temos ótimos astrônomos no país", diz Marcos Jorge. Especialistas conceituados na área participaram de bastidores. "Tivemos seis consultores para as cenas, entre elas a que personagens observam estrelas", explica.

O assunto reflete ainda o interesse dos diretores pela profissão e o desejo de renovar temas que perpassam os roteiros nacionais. "Tínhamos que fazer filmes sobre favela, miséria e futebol. Era isso que os festivais esperavam. Acho que nosso cinema precisa fazer filmes sobre tudo: poesia, classe média ou professores", exemplifica Jorge.

Anos de espera
Ao contrário do que possam imaginar, as filmagens de "Corpos Celestes" terminaram antes que as de "Estômago". Os projetos foram aprovados no mesmo período, em diferentes editais, mas por razões contratuais e de divulgação, "Estômago" foi tomado como prioridade pela equipe, praticamente a mesma envolvida em ambas produções. Assim, "Corpos Celestes" ficou cerca de quatro anos "em espera" para ganhar finalização. O lançamento em 2009, sem querer, pareceu ganhar um propósito na estreia, como explica Fernando Severo: "Está sendo lançado no Ano Internacional de Astronomia".

Um comentário:

  1. OPA!!!!! Um filme brasileiro sobre o tema!!! Que orgulho (tomara que seja bom mesmo ehehehhe)....!!!

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