24 de nov. de 2010

Físicos alemães criam um novo estado para partículas de luz

Condensado de fótons poderá ser usado para crira raios laser de alta frequência, como de raios X

Ilustração de um 'superfóton'

(Estadão) Físicos da Universidade de Bonn criaram um novo tipo de fonte de luz, um condensado de Bose-Einstein consistindo de fótons. Até recentemente, acreditava-se que reduzir partículas de luz a esse estado seria impossível. De acordo com a universidade, o método poderá ser útil para a criação de fontes de radiação semelhantes a raios laser, mas na faixa de frequência dos raios X. A descoberta é descrita na revista Nature.

O condensado de Bose-Einstein surge quando um conjunto de partículas é resfriado até o ponto em que todas assumem características idênticas, de forma que o grupo passa a se comportar como uma única "superpartícula".

O processo já havia sido realizado com sucesso em átomos e também era teoricamente possível de se executar com luz, mas as dificuldades técnicas para condensar partículas de luz eram enormes, já que os fótons simplesmente desaparecem quando a temperatura cai demais.

Os pesquisadores alemães usaram dois espelhos, entre os quais um raio de luz era mantido, refletindo-se de um lado para o outro. Entre os espelhos, foram dissolvidos pigmentos que absorviam e liberavam os fótons.

"No processo, os fótosn assumiram a temperatura do fluido", explicou, em nota, o pesquisador Martin Weitz. "Eles se resfriaram até a temperatura ambiente, sem se perder no processo".

Os físicos então aumentaram a quantidade de fótons entre os espelhos, excitando os pigmentos com um laser. Isso permitiu que a luz resfriada se concentrasse de forma tão intensa que acabou gerando um "supérfóton".

O condensado fotônico de Bose-Einstein é, segundo seus criadores, uma fonte de luz semelhante ao laser, mas com vantagem de poder produzir raios de alta frequência, na faixa dos raios X.

Tecnologicamente, isso poderá ser útil para criadores de chips de computador, diz a universidade alemã, já que um laser com comprimento de onda muito baixo, como o dos raios X, poderia entalhar padrões extremamente detalhados e precisos no silício.

----

Matérias similares no Público - Portugal e Ciência Hoje - Portugal

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente