(Life'sLittleMysteries / Hypescience) Se lembra do planeta Tatooine, do filme Guerra nas Estrelas? Um planeta muito semelhante com ele, que gira ao redor de dois sóis, foi descoberto pela missão Kepler, da NASA. O mundo estranho se chama Kepler-16b.
Afinal, como funciona um planeta assim? E se a Terra também tivesse dois sóis, em vez de um, como seria? O astrofísico Alan Boss, membro da equipe que descobriu o Kepler-16b, explica.
Primeiramente, o Kepler-16b é muito gelado. Sim, mesmo com dois sóis. Embora ele esteja mais perto de suas estrelas do que a Terra é do sol, essas estrelas não são tão brilhantes. Por isso, a estimativa é que o planeta tenha entre -101 e -73 graus Celsius.
A Terra seria ainda mais fria sob essas mesmas circunstâncias estelares. “Se o nosso sol fosse substituído por essas estrelas, a Terra seria ainda mais fria do que -101 graus Celsius, porque estamos mais longe do que este planeta parecido com Tatooine”, diz Boss.
Em um ambiente tão gelado como esse, toda a água da Terra congelaria, e dificilmente existiria vida por aqui. A Terra sob dois sóis não seria um planeta habitável – a menos que existisse uma forma de vida avançada, que tivesse se originado em outro lugar, e que pudesse se manter aquecida.
Orbitando essas duas estrelas, o ano da Terra teria mais de 365 dias, mas não muito além disso. “Uma estrela no sistema binário de Kepler tem 20% da massa do sol, e outra 70%. Juntas, suas massas só diferem do nosso sol em 10%. Isso tornaria o ano na Terra um pouco mais longo, porque a gravidade das estrelas que nos puxariam seria menor, por isso haveria menos força centrífuga e orbitaríamos mais lentamente”, explica Boss. Já a duração de um dia em nosso planeta não mudaria, necessariamente.
Talvez o melhor aspecto de um planeta com dois sóis seria a vista. Já pensou em um pôr-do-sol duplo, todos os dias? Não seria tão fenomenal quanto no planeta fictício Tatooine, pois em Kepler-16b as duas estrelas são menores. Mas ainda sim deve ser algo fantástico: imagine duas estrelas de cores diferentes juntas, mas sem se tocar.
É, as imagens de Guerra nas Estrelas não são assim tão irreais.
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