3 de out. de 2011

O passado do planeta

Exposição interativa do Museu da Geodiversidade, no Rio, conduz o visitante a uma viagem pela memória geológica da Terra.



Fósseis de diversos animais pré-históricos são um dos destaques da exposição. Entre eles está a primeira reconstituição completa do dinossauro ‘Amazonsaurus maranhensis’. (foto: Ana Carolina Correia)


(Ciência Hoje) Em O poço do Visconde, um dos livros da coletânea infantil Sítio do Pica-Pau Amarelo, o escritor Monteiro Lobato define a geologia como o estudo “não da terra-mundo, mas da terra-terra, da terra-chão”.

Essa “terra-chão” é o tema da exposição ‘Memórias da Terra’, inaugurada neste mês (14/9), no Museu da Geodiversidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que tem como anfitrião um desenho interativo do autor brasileiro.

A mostra exibe meteoritos, rochas e fósseis de diversos animais para mostrar como a geologia dialoga com a evolução da vida. O espaço, que ficou fechado durante cerca de dois anos, retorna modernizado com estruturas interativas, além de uma sala para exibição de vídeos em três dimensões.

“Achamos que seria interessante ter uma exposição acerca da memória da terra que possibilitasse um entendimento maior do planeta em que vivemos”, afirma Ismar Carvalho, geólogo da UFRJ e um dos organizadores da exposição.



O quadro interativo de Monteiro Lobato convida os visitantes a um passeio pelo passado por
meio de relíquias geológicas. (foto: Ana Carolina Correia)



Entre minerais e fósseis
Logo na primeira sala, uma escultura representa a formação geológica do planeta e é seguida por um espaço interativo que simula a abertura da crosta quando ocorre um terremoto. As pedras expostas, entre elas quartzos e um geodo de ametista de duas toneladas e meia, mostram a variedade mineralógica da Terra.

Segundo Carvalho, um dos maiores destaques da exposição é a primeira reconstituição completa do dinossauro Amazonsaurus maranhensis, descrito pelo próprio pesquisador e sua equipe no início de 2004. Diversos outros esqueletos de dinossauros e animais pré-históricos estão na exposição, entre eles, o Purussaurus brasiliense, maior crocodilo já encontrado no mundo.

São exibidos também ossadas e objetos que reconstituem a evolução do homem, como o crânio de Luzia, o primeiro fóssil atribuído a um ser humano.


Machados, cerâmicas e fósseis humanos em exposição na mostra ‘Memórias da Terra’. (foto: Ana Carolina Correia)

A exposição pretende levar o tema para os mais diversos públicos de forma lúdica e interativa. “Queremos mostrar que as geociências, que englobam a meteorologia, geografia e geologia, são importantes tanto para o nosso cotidiano quanto para a descoberta das riquezas minerais”, ressalta o geólogo.

O museu fica no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), na Avenida Athos Silveira, 274, Ilha do Fundão. A entrada é gratuita. Agendamento e mais informações pelo telefone (21) 2598-9461 ou pelo e-mail mgeo@ufrj.br

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