16 de mai. de 2012

Observatório 'encosta' telescópio em Campinas

Equipamento enviado pelo governo alemão não pode ser usado por causa de defeito em cúpula





(Correio Popular) Um telescópio avaliado em cerca de U$$ 1 milhão está parado há pelo menos nove meses por problemas de manutenção no Observatório Municipal de Campinas. Transferido pelo governo alemão ao Ministério da Educação brasileiro na década de 1960, o astrógrafo Zeiss não pode ser utilizado porque a cúpula que reveste o equipamento está danificada. Uma fresta tem se ampliado toda vez que a cúpula é aberta, deixando o equipamento exposto à chuva e ao tempo. Desde o ano passado, a Secretaria de Cultura vem recebendo relatórios sobre o problema, mas como não foi encontrada uma solução, a administração do centro astronômico optou por suspender a atividade da máquina.

Para tentar reparar a cúpula do telescópio, servidores da Prefeitura chegaram a ir até ao Observatório. No entanto, a avaliação foi de que o Município não conta com corpo técnico especializado para o tipo de reparo e que uma empresa precisaria ser contratada para consertar a estrutura. A Secretaria de Cultura ficou de abrir uma licitação, mas a contratação ainda não foi feita. Com a paralisação das atividades do telescópio, usado para estudos astronômicos profissionais e também para atendimento ao público, o Observatório tem contado no momento com um outro telescópio do centro para manter as atividades de visitação pública.

Passados 35 anos da inauguração, a falta de utilização do telescópio não é o único problema enfrentado no Observatório Municipal de Campinas. O centro também passa por problemas de infraestrutura e falta de segurança. Assim como os demais museus da cidade, o centro também encaminhou um relatório no início deste ano apontando problemas estruturais enfrentados na unidade. Localizado há cerca de 32 quilômetros do Centro de Campinas, o local ficou sem telefone de fevereiro até a semana passada por problemas na fiação que vai até o local.

De acordo com moradores que vivem em fazendas próximas ao Observatório, usuários de drogas são vistos na região e há pouco policiamento. O centro astronômico fica em zona rural e conta com um vigia, mas tem tido problemas com a falta de funcionários para serviços básicos. No momento, não há faxineiras e a limpeza precisa ser feita pelos próprios astrônomos do local. E os problemas não param por aí. O centro astronômico também costuma conviver com a falta de combustível para o transporte de funcionários.

Nestas situações, os profissionais do local têm que usar o próprio automóvel para chegar ao centro astronômico. O supervisor do observatório, Orlando Rodrigues Ferreira, disse que a unidade tem prestado serviços à população e preferiu não polemizar. “Estou contente com a equipe com a qual trabalho”, disse.

Cultura
A assessoria de imprensa da Secretaria de Cultura confirmou que os museus da cidade entregaram relatórios de prioridades em fevereiro e que o Observatório seria umas das “prioridades de reformas”. Ainda não há uma data definida de quando os problemas de infraestrutura existentes no centro astronômico serão resolvidos e estaria sendo feito um levantamento das necessidades do local para ser avaliado se será necessário a busca de recursos com a iniciativa privada.

Enquanto isso, o astrógrafo Zeiss continuará parado. Vindo da Alemanha em 1969 por meio de um sistema de trocas de produtos com o país europeu, o equipamento chegou a ficar encaixotado por quase dez anos, e então foi encaminhado, por regime de comodato a Campinas.

O Observatório Municipal situa-se no Monte Urânia, Serra das Cabras, distrito de Joaquim Egídio. O percurso total do Centro de Campinas ao Observatório é de 32km. Mais informações no site http://observatorio.campinas.sp.gov.br/

Um comentário:

  1. Se o pessoal da prefeitura de Campinas tivesse um pouco de bom senso e vontade, teria contactado o departamento de Astronomia da USP para resolver o problema. O fato é simples: q1uando não há vontade para resolver as coisas os problemas se alastram por anos a fio... Uma vergonha!

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