6 de fev. de 2014

Cooperação internacional é a solução para prever queda de meteoritos

O Ministério das Situações de Emergência da Rússia (MSE) se propõe cooperar com seus colegas dos Estados Unidos para proteger a população e a infraestrutura social contra o perigo de queda de asteroides e cometas.


(Voz da Rússia) O caráter real das ameaças provenientes do espaço foi confirmado pelo meteorito que caiu quase há um ano no lago nos arredores da cidade russa de Chelyabinsk. A explosão, de força comparável com a bomba de Hiroshima, ocorreu em uma área pouco povoada. Mas a onda de choque atingiu a cidade quebrando janelas em centenas de casas. Só por puro milagre não houve vítimas.

Se uma bólide gigante cair no meio de uma cidade, as destruições serão monstruosas. Serão aniquiladas a infraestrutura social e quaisquer outras instalações a céu aberto. Embora o MSE não esteja em condições de evitar desastres de tal natureza, ele poderia prevenir as pessoas, informando-as com antecipação sobre o perigo iminente e organizando uma evacuação de emergência, está certo o astrônomo Vladimir Surdin:

“Fará em breve um ano que o meteorito caiu perto de Chelyabinsk. Se meia hora antes de sua aparição na região de Chelyabinsk a população tivesse sido prevenida da emergência, mais de um milhar de moradores, provavelmente, não teriam sofrido ferimentos com estilhaços de vidraças, porque as pessoas se teriam afastado das janelas à espera da onda de choque. No entanto, as calamidades podem ser muito mais desastrosas. Quanto mais cedo o MSE estiver pronto para este tipo de incidentes, mais segura será a nossa vida.”

Mas os serviços de emergência por si só não podem saber de antemão quais corpos celestes podem cair sobre a Terra nem quando e onde isso irá acontecer. Eles devem receber a referida informação dos serviços de monitoramento do espaço e previsão de asteroides. Um programa similar – ainda é cedo para o chamar de serviço – está sendo desenvolvido no Instituto de Astronomia Sternberg da Universidade Estatal de Moscou, segundo continua a relatar o cientista:

“Nossos pesquisadores criaram um sistema de telescópios robóticos que cobre todo o território da Rússia. Dentro em breve o sistema ultrapassará as fronteiras de nosso país e se estabelecerá em outros, o que é imprescindível para podermos observar constantemente o céu noturno. Durante o dia, a luz difusa do Sol impede o monitoramento. É por isso que além de sistemas terrestres são indispensáveis também observatórios orbitais em torno da Terra.”

Na Rússia, tem sido preparado um projeto de programa federal especial de combate a ameaças provenientes do espaço, o qual prevê muitas medidas, de telescópios orbitais e terrestres a centro analítico que iria avaliar os perigos potencias de corpos celestes. Seu custo ascende a 2 bilhões de dólares. Os cientistas inclinam-se a crer que um projeto de tal complexidade deveria afinal ser internacional. Com isso, seus objetivos não iriam mudar de forma substancial, diz Yuri Karash, membro-correspondente da Academia Russa de Cosmonáutica:

“O combate ao perigo de asteroides compreende duas etapas. A primeira consiste em detectar com antecipação os corpos celestes potencialmente perigosos para a Terra. Na segunda fase estes deverão ser destruídos ou desviados das trajetórias perigosas. A principal ênfase deve ser colocada agora na implementação de um sistema de rastreamento espacial eficaz. Se for criado, dois terços do problema seriam resolvidos.”

Os astrônomos, sem esperar que os chefes de Estado reunam esforços para monitorar o espaço próximo à Terra, já estão empenhados neste trabalho comum, transmitindo imediatamente para a Internet os sinais sobre objetos suspeitosos, obtidos via telescópios orbitais. Ao receber tal sinal, os telescópios robotizados terrestres, situados em diferentes continentes, colocam automaticamente na mira a correspondente área do céu.

Depois de 2017, quando for posto em órbita um telescópio especializado Sentinel (Sentinela), a previsão de asteroides ganhará novas capacidades. Os astronautas norte-americanos criaram com essa finalidade uma fundação privada que está angariando agora o dinheiro necessário. O Sentinel terá de cumprir a missão de encontrar pelo menos 90% dos asteroides próximos à Terra, com tamanho mínimo de 140 m e capazes de destruir uma cidade. O número de corpos celestes com características semelhantes pode ultrapassar meio milhão. Atualmente, os cientistas conhecem as órbitas de apenas 10 mil asteroides, mas os grandes, com tamanhos superiores a 1 km, são abertos quase todos.

Os astrônomos, acredita Vladimir Surdin, desenvolvem a cooperação mesmo através de computadores pessoais. No entanto, não constam fatos de os serviços de monitoramento do espaço manterem, em alguma parte, uma colaboração igualmente estreita com os Ministérios da Defesa. No melhor dos casos, os últimos têm tais serviços ou sistemas no seio de sua própria estrutura orgânica, o que é improdutivo e altamente dispendioso.

No caso de desastres causados ​​por queda dos corpos celestes similares ao meteorito de Chelyabinsk, todo o conjunto de medidas para avisar e evacuar a população, assim como a liquidação das consequências cairão sobre as costas dos serviços de emergência. Portanto, é absolutamente lógico que eles começaram desde já a pensar nas ameaças espaciais. Não há dúvida de que os efetivos do MSE russo e seus homólogos norte-americanos serão capazes de estabelecer a “comunicação com o espaço” e receber dados sobre a situação no espaço periterrestre.

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