29 de set. de 2014

Planetário comprado em 2009 continua encaixotado

(Tribuna do Norte) O sonho de conhecer o espaço sem sair do chão ainda está longe para as crianças de Natal. O planetário que o Governo do Estado comprou ainda não tem instalações adequadas para funcionar. Em 2009 o Governo do Rio Grande do Norte gastou 787 mil dólares (quase 2 milhões de reais) na compra de um planetário que, na época, era de última geração.

Depois de cinco anos, o equipamento nunca foi utilizado por falta de local adequado para a implantação do projeto Cidade da Ciência. Elaborado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Rio Grande do Norte (Fapern), a proposta inclui ainda a criação de um Museu de Ciência e Tecnologia e de um Parque do Conhecimento (ao ar livre).

Se o projeto tivesse saído do papel naquele ano, seria o planetário mais moderno do Brasil, e o primeiro com tecnologia digital do nordeste. A tecnologia digital permite além de viagens ao espaço, simulações em ambientes aquáticos e dentro do corpo humano, também é possível produzir vídeos.

Uma planta de como devem ser as instalações do planetário foi elaborada pela Fapern, mas nunca houve licitação para a compra de terreno e contratação de construtora.

José Roberto Vasconcelos, assessor de Projetos Especiais da Fapern e membro da Associação Brasileira de Planetários, afirma que o Governo não tem dado o devido valor ao projeto. “Participei da elaboração do projeto e torço para que o próximo Governo se sensibilize e o planetário finalmente saia”, afirmou.

Hoje o equipamento está guardado em galpões do Governo. “As instalações são adequadas para o armazenamento, mas quando se guarda por muito tempo, são necessárias atualizações”, afirma Vasconcelos, frisando que o sistema de computação precisará ser atualizado, o que vai gerar ainda mais custos para os cofres públicos. Periodicamente são feitas vistorias no local para garantir que os equipamentos continuam funcionando.

Quando a revitalização da Cidade da Criança foi iniciada, cogitou-se colocar todos os equipamentos da Cidade da Ciência no local, sem alterar a planta de instalações do planetário. Novamente o plano não saiu do papel. O equipamento precisa de uma cúpula de 12 metros para funcionar, e tem capacidade para 100 pessoas.

Licitações para compra de terreno e contratação de empresas construtoras não tem data para sair e devem ficar para o próximo Governo. “Hoje no Brasil existem mais de 80 planetários que, quando bem planejados e geridos, fazem a diferença na educação das cidades. Espero que em breve Natal possa contar com o seu”, finaliza Vasconcelos.

O primeiro e único planetário do Estado fica localizado em Parnamirim, na Grande Natal, e foi inaugurado em 30 de dezembro de 2008. Com tecnologia de ponta, o equipamento tem capacidade para 60 pessoas e funciona mediante agendamento. Hoje Fortaleza (CE), Parnamirim (RN), João Pessoa (PB), Olinda (PE), Aracaju (SE) e Feira de Santana (BA) são as cidades no nordeste que possuem planetários.

Número
2 milhões de reais foi quanto o Governo gastou na compra do planetário que seria instalado em Natal.

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