18 de dez. de 2014

Laboratório brasileiro participa de projeto do CERN

Produza, referência na montagem de placas, será responsável por entrega de peças de alta complexidade para um dos maiores experimentos colaborativos da história

(JC) Um dos maiores experimentos colaborativos da história do CERN, o CMS (Compact Muon Solenoid), terá o envolvimento direto de uma empresa brasileira que é referência em montagem de placas para projetos de inovação. Desde novembro de 2014, a catarinense Produza é a responsável pela montagem de placas eletrônicas de alta complexidade para uma das peças do CMS, o Calorímetro Hadrônico (HCAL), capaz de medir a energia (ionização) das partículas, que são proporcionais ao calor emitido.

Em funcionamento desde 2009, quando iniciou a operação do maior acelerador de partículas do mundo (LHC), o projeto do CMS envolve mais de 3 mil cientistas, engenheiros e estudantes de 172 instituições de 40 países diferentes. O experimento foi concebido para explorar as partículas fundamentais da matéria, os quarks e léptons, e também para pesquisar novos fenômenos que ajudarão a responder a perguntas sobre a composição, as propriedades e o comportamento das partículas do Universo. O CMS está a 100 metros abaixo do solo, na França, e é um dos maiores detectores de partículas do mundo, pesando 14.000 toneladas, ou cerca de 465 Boeings 737.

As peças do maquinário foram projetadas e construídas em vários institutos por todo o mundo e, agora, estão sendo aprimoradas. Um dos principais parceiros no Brasil deste experimento é o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), localizado no Rio de Janeiro, que levou o projeto de montagem das placas à Produza. Neste projeto, o CBPF, com a colaboração de pesquisadores da UERJ e do CEFET/RJ, é responsável pela atualização do modo eletrônico para leitura e digitalização dos dados dos detectores de partículas. As melhorias propostas são principalmente ligadas à eletrônica de transmissão de sinal e à aquisição de dados.

Para a produção desse novo módulo, as placas de aquisição de dados deverão ser redesenhadas e remontadas. Como o CBPF é um instituto de pesquisas e não tem equipamentos para produção de placas e circuitos eletrônicos, a montagem de cerca de 100 placas será feita pela Produza. De acordo com o físico do CBPF Gilvan Alves, a terceirização é uma forma de otimizar o processo e reduzir os custos. “O projeto e fabricação da placa de circuito impresso (PCB) é um dos trabalhos críticos. Por causa do alto número de interconexões entre os chips e a alta dose de radiação à qual as placas serão submetidas, escolhemos a empresa por ser mais preparada”, relata.

A Produza investe na produção de placas mais complexas, com componentes sensíveis, para volumes pequenos e médios. Com 55 funcionários e uma média 1,7 milhão de componentes produzidos ao mês, também investe na aproximação com outros instituições de pesquisa e empresas que atuam no desenvolvimento de hardwares e placas de circuito, o Instituto Eldorado, Fitec e Macnica DHW.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente