25 de nov. de 2015

Sobral sediou experiência que prova teoria da relatividade, que faz 100 anos

Experiência foi feita com eclipse ocorrido em Sobral, no interior do Ceará. Cidade abriga Museu do Eclipse em alusão à expedição inglesa.


(G1) Há 100 anos o físico Albert Einstein publicava a teoria que o lançaria ao estrelato da ciência, provada quatro anos mais tarde graças a uma experiência realizada simultaneamente em Sobral, no interior do Ceará, e na Ilha de Príncipe, na África. A teoria prova que matéria distorce o tempo-espaço e que matéria pode ser convertida em energia e vice-versa, o princípio da bomba atômica. No nosso dia a dia, a teoria resultou em cálculos que mantêm aparelhos de GPS atualizados.

"O eclipse era fundamental para provar a teoria, pois era preciso saber a posição de uma estrela afetada pela força gravitacional do Sol. A única forma de ver o brilho de uma estrela de dia é com um eclipse, então eles mandaram expedições para os locais mais adequados para observar o fenômeno. Sobral foi uma dessas cidades", explica o físico e astrônomo amador Dênis Róger Pinheiro.

O fenômeno foi observado em Sobral por cientistas britânicos. Graças à distorção da luz provocada pela gravidade do Sol, uma estrela "escondida" atrás do astro-rei pôde ser vista da Terra.

Museu do Eclipse
O fenômeno ocorreu em maio de 1919, quatro anos após a publicação da teoria de Einstein. Em alusão à data, Sobral fundou em 1999 o Museu do Eclipse, no centro da cidade. O local auxilia estudos de ciências e geografia das escolas de ensino fundamental do município e mantêm lunetas e mapas estelares utilizados pelos cientistas para provar a teoria.

Os visitantes podem aprender como ocorrem os eclipses por meio de simuladores e ver réplicas dos planetas e satélites naturais do Sistema Solar, além de fotos e vídeos com material científico e astronômico, e imagens dos pesquisadores ingleses que vistaram Sobral. “É possível observar os anéis de Saturno através do telescópio; as crateras da Lua quando ela aparece no céu e, assim, ter impressões únicas do espaço”, afirma o diretor do museu.

Para Róger Pinheiro, além de comprovar a teoria da relatividade, a visita de britânicos foi importante para desmistificar o fenômeno natural. "Há muitos registros sobre a ignorância da população na época. As grávidas foram para as igrejas rezar quando escureceu em plena tarde porque a crença da época dizia que o eclipse era uma maldição e o filho delas iria nascer negro. Os cientistas na cidade ajudaram a quebrar esses mitos", conta.

Teoria no cotidiano
Além de desencadear uma revolução na física moderna, a teoria da relatividade está presente no nosso dia a dia, segundo o pesquisador do eclipse de Sobral Róger Pinheiro. "Em alguns países sem fonte de riqueza natural para geração de energia, eles dependem da energia atômica, como na França. Essa energia só é gerada graças à equação de Einstein: E = mc2".

"Também se não fosse a comprovação, não poderíamos usar aplicativos baseados em GPS, pois há um descompasso entre a passagem do tempo na Terra e na órbita do planeta, onde estão os satélites", continua o físico.
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Os 100 anos da Relatividade Geral (G1)
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Mais ou menos dez fatos para entender as teorias da relatividade de Einstein (Terra)

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