7 de jan. de 2016

Cientistas brasileiros vão participar de projeto internacional de Astronomia

Supertelescópio em construção no Chile é considerado revolucionário para a Astronomia. Com investimentos de R$ 1 bilhão, projeto representa desafio para TI


(ON) Um acordo firmado entre o Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LIneA), o Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e a Academic Network at São Paulo (ANSP) vai permitir a participação de pesquisadores brasileiros no projeto Large Synoptic Survey Telescope (LSST). O Memorando de Entendimento assinado em setembro pelas instituições prevê investimentos em conexões de fibra óptica, ampliando a ligação entre a América do Sul e a América do Norte. Além disso, um grupo de 50 pesquisadores brasileiros participará do projeto, considerado revolucionário para a Astronomia.

O LSST é um telescópio em construção em Cerro Pachón, no Chile, com previsão para entrar em operação em 2022. Somando R$ 1 bilhão em investimentos, o LSST terá capacidade para fazer o mapeamento de quase metade do céu em seis filtros por um período de dez anos. O telescópio, com 8,4 metros de diâmetro, cobre um campo de quase 10 graus quadrados, podendo mapear toda a região do céu ao qual tem acesso em apenas algumas noites. Sua câmera consiste em um mosaico de CCDs com 3,2 bilhões de pixels, e cada exposição cobre uma área correspondente a 40 vezes o tamanho da Lua cheia. A cada noite serão acumulados 15 terabytes (TB) de dados, os quais devem ser transmitidos para diferentes centros para redução e análise, inclusive no Brasil. O sistema fornecerá aos astrônomos uma visão dinâmica do Universo, onde variações de posição ou fluxo de objetos celestes serão registrados em intervalos de poucas noites.

A estimativa é que o LSST gere 10 milhões de alertas dessas variações a cada noite. Elas serão classificadas, e os casos mais interessantes serão observados em outros telescópios para análise mais detalhada. Ao término de dez anos, o levantamento terá informações sobre 37 bilhões de estrelas e galáxias, explorando um volume de espaço sem precedentes e gerando 100 petabytes (PB) de produtos.

Com os dados do LSST, os cientistas vão explorar o sistema solar, estudar a estrutura de nossa galáxia e a formação e evolução de estruturas do Universo, além de determinar as propriedades da matéria e energia escura que permeiam o Universo, sendo esta última responsável pela expansão acelerada do mesmo.

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