8 de jan. de 2016

Lua 'some' neste sábado e astrônomos aproveitam para pesquisar o céu


(Agência Brasil/Folha) De repente, durante a noite, você olha para o céu e não encontra sequer um traço da Lua. Essa noite sem Lua pode até servir como elemento poético em diferentes músicas, mas o fenômeno é real e seu ápice ocorrerá nesse mês, na noite deste sábado (9).

Calma, a Lua não vai sumir de verdade. O início da Lua Nova fará com que ela desapareça do nosso olhar temporariamente. Por volta das 23h30 (horário de Brasília), a Lua se posicionará exatamente entre o Sol e a Terra e não receberá nenhuma incidência significativa de luz solar. Assim, teremos a impressão de que ela vai se apagar do céu.

O "sumiço" da Lua não inspira somente cantores sertanejos. Para o mundo científico, é um momento excelente para pesquisar o universo porque o brilho da Lua não ofusca os instrumentos de observação.

De acordo com o presidente da Anra (Associação Riograndense de Astronomia), professor Antônio Araújo Sobrinho, é claro que a Lua não some. O "sumiço" da Lua é algo comum durante a fase da Lua Nova. Nesse período, explica o cientista, é que devemos mirar os telescópios para o céu com o intuito de observar melhor outros corpos celestes.

"Muita gente acredita que a fase da Lua Cheia é a melhor fase para se usar o equipamento. Pelo contrário, para ver a Lua, sem telescópio é ótimo. Mas os melhores detalhes tanto da Lua quanto de outros planetas ocorre nas fases de Lua Minguante ou Lua Crescente", explica.

Para aproveitar o suprassumo do que os outros astros podem oferecer, é muito melhor uma noite sem a Lua visível. "A luz que reflete durante a Lua Cheia ofusca muito as lentes dos telescópios. E a vantagem da noite sem Lua é observar todos os demais astros com mais detalhes".

O professor Antônio Araújo também dá outra dica aos amantes do universo: o fenômeno da noite sem Lua será estratégico para observar o planeta Vênus e os anéis de Saturno.

Tudo bem que os dois podem ser vistos a olho nu e a conjunção (sobreposição visual dos dois), que começou nesta quinta-feira (7), já é um grande espetáculo à parte, mas a falta de Lua será uma mão na roda para que "até mesmo telescópios de pequeno porte consigam ver os detalhes desses dois astros", confirma Araújo.

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