27 de jul. de 2016

Museu de Astronomia homenageia primeira mulher a receber Prêmio Nobel

No próximo sábado, dia 30, tem cinema de graça no MAST. Às 16h, será exibido o filme "Madame Curie", que conta a história da cientista que revolucionou o estudo da radioatividade. Em julho, completa 90 anos que ela visitou o Brasil.




No próximo sábado, dia 30, às 16h, o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) promove mais uma sessão gratuita de cinema. Nesta edição, o Cine Ciência exibe "Madame Curie", filme de 1943 dirigido por Mervyn LeRoy. O longa-metragem retrata a vida de Marie Skłodowska Curie, cientista polonesa que revolucionou o estudo da radioatividade. Ela foi a primeira mulher a receber o Nobel e a primeira pessoa e única mulher a ganhar o prêmio duas vezes. A entrada é franca. O MAST fica na Rua General Bruce, 586, no Bairro Imperial de São Cristovão. Após a sessão, especialistas do MAST debatem o filme com o público.

Contemporânea e amiga de outros ilustres cientistas, como Albert Einstein e Ernest Rutherford, Marie Curie foi laureada com o Prêmio Nobel da Física em 1903, em conjunto com seu marido, Pierre Curie, e o físico Henri Becquerel. Enquanto Becquerel foi premiado por descobrir a radioatividade dos sais de urânio, o casal Curie recebeu a honra pelo desenvolvimento de técnicas de isolamento de isótopos radioativos e pela descoberta de dois novos elementos: o polônio, batizado em homenagem ao país natal de Marie, e o rádio. Em 1911, a cientista foi condecorada com o Nobel de Química por suas pesquisas sobre as propriedades do rádio e seus compostos. Os termos radioativo e radioatividade foram inventados pelo casal para caracterizar a energia liberada espontaneamente por determinados elementos químicos.

Nascida em Varsóvia, em 1867, Marie cresceu em um país invadido pelos russos. A família estava falida devido ao envolvimento em levantes patrióticos que visavam a restauração da independência da Polônia. Por isso, em 1891, aos 24 anos, seguiu sua irmã mais velha, Bronislawa, e foi estudar em Paris, na França. Sobrevivendo com poucos recursos, chegou a desmaiar em algumas aulas devido a fome. Foi nessa época que conseguiu um emprego no laboratório de Pierre Curie, com quem viria a se casar em 1895.

Atraída pela fama das águas radioativas da cidade paulista de Lindóia, há 90 anos Marie Curie visitou o Brasil. Ela passou 45 dias no País e conheceu os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, onde realizou diversas palestras e seminários. Ao desembarcar no Porto do Rio em 15 de julho de 1926, foi saudada como celebridade pela imprensa e pela comunidade científica brasileiras. O alvoroço era justificado pela importância da visitante. Além disso, o Brasil vivia um período de grande interesse pelas descobertas científicas. Vários pesquisadores estrangeiros eram convidados a vir ao País, entre eles Albert Einstein, que havia visitado o Brasil um ano antes.

Na década de 1920, após receber o Nobel duas vezes, Marie Curie era uma das cientistas mais famosas e admiradas do planeta. Ela também havia ganhado a simpatia mundial ao desenvolver aparelhos de raios-X, equipar veículos e treinar enfermeiros para operar unidades de radiografia móvel durante a primeira guerra mundial, para atendimento dos soldados feridos nos campos de batalha. A cientista morreu aos 66 anos, em 1934, perto de Salanches, na França, por conta de uma leucemia causada pela exposição à radiação. Em 1995, seus restos mortais foram transladados para o Panteão de Paris, o que a tornou a primeira mulher a ser sepultada no local.

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