28 de jun. de 2012

Criador de 'Family Guy' compra e doa estudos científicos de Carl Sagan


(Associated Press/Folha) A Biblioteca do Congresso norte-americano anunciou na quarta-feira (27) ter adquirido estudos originais do cientista Carl Sagan, que levou questionamentos sobre a origem e os mistérios do Universo para dentro das casas de pessoas comuns com a série de TV "Cosmos", exibida na década de 1980.

A aquisição, cujo preço não foi divulgado, só se tornou possível pela participação de Seth MacFarlane no processo. Ele é o criador dos desenhos "Family Guy", "American Dad" e "The Cleveland Show".

"Tudo que fiz foi assinar um cheque, mas foi algo que, para mim, valeu cada centavo", comentou ele em entrevista.

O material é suficiente, disse a agência de notícias, para encher 800 gavetas. Há correspondências trocadas entre Sagan e seus colegas cientistas, além de rascunhos de artigos acadêmicos e de cenas do filme "Contato", que foi baseado em um livro de ficção científica escrito por Sagan e rodado com Jodie Foster no papel principal.

O processo da compra teve um facilitador. MacFarlane conhece a viúva de Sagan, Ann Druyan. O primeiro contato foi durante um evento que colocou no mesmo local cientistas proeminentes e roteiristas e diretores de Hollywood.

A partir daí, os dois concordaram em dar seguimento ao mais famoso programa protagonizado por Sagan na TV, a série "Cosmos", com MacFarlane como um dos produtores do projeto --as gravações devem começar ainda neste ano, com o astrofísico Neil deGrasse Tyson como apresentador. Tyson já tem alguma experiência televisiva, até do lado da comédia -- já fez uma participação na série "The Big Bang Theory", por exemplo.

Carl Sagan morreu em 1996, aos 62 anos. O cientistas contribuiu com a Nasa (agência espacial dos EUA) em vários projetos e realizou estudos sobre a possibilidade de vida extraterrestre.

Sagan também deu sua contribuição ao meio científico ao abordar temas atuais, como as mudanças climáticas globais, e foi coautor do artigo que cunhou o termo "inverno nuclear", que defende a ideia de que o planeta seria coberto por nuvens espessas após uma guerra nuclear, o que afetaria toda a vida na Terra.

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