Visitante poderá utilizar quadrante astrônomico similar ao usado por Jorge Marcgrave, astrônomo alemão que fundou, na cidade de Recife, em 1639, o primeiro observatório astronômico moderno das Américas. A entrada é gratuita.
A partir da próxima quarta-feira, 17 de setembro, os visitantes do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) terão a oportunidade de conhecer melhor o trabalho de Jorge Marcgrave, naturalista e astrônomo alemão que fundou, na cidade de Recife, em 1639, o primeiro observatório astronômico moderno das Américas. Com base em estudos feitos pelo pesquisador da Universidade de São Paulo, Oscar Toshiaki Matsuura, foi construída no campus do Museu uma estrutura de madeira que retrata, em tamanho real, o espaço em que Marcgrave realizava as medições do céu, além de um quadrante astrônomico similar ao utilizado pelo pioneiro. Segundo Heloisa Meireles Gesteira, curadora da exposição "Observações do Recife Holandês", a ideia inicial do projeto era explorar os espaços do saber que existiram na cidade entre 1637 e 1643, período da administração do Conde João Mauricio de Nassau. Nessa época, a capital de Pernambuco estava sob domínio holandês, que travava uma disputa comercial com Portugal pelo controle da região. "Mas a menina dos olhos acabou sendo o próprio quadrante. E construí-lo no campus foi uma opção de fazer com que esse instrumento, além de ser um objeto de exposição, pudesse ser manipulado pelo visitante”, revela Heloisa. A entrada é gratuita. O MAST fica na Rua General Bruce, 586, Bairro Imperial de São Cristovão - RJ.
A abertura oficial da exposição acontece às 17h30, com a apresentação do Coral do ON/MAST, sob a regência do Maestro Marcio Carvalho. Em seguida, será realizada uma oficina de observação do Céu com o Quadrante. O público também está convidado a observar o céu utilizando telescópios ópticos portáteis e a centenária Luneta Equatorial do MAST. Um pouco antes, às 15h, acontecerá uma mesa-redonda sobre a exposição e o lançamento do catálogo "Observações do Recife Holandês", com a participação dos palestrantes Heloisa Meireles Gesteira (MAST/MCTI), Oscar Toshiaki Matsuura (IAG/USP e MAST/MCTI), Fabíola Belinger Angotti (MAST/MCTI), Antonio Carlos Martins (MAST/MCTI) e Eugênio Reis (MAST/MCTI). O debate será realizado no Auditório do prédio anexo do Museu.
A exposição explora novos métodos de interação com o público a partir do uso do quadrante astronômico como meio de compreensão de conceitos científicos. Seus painéis são muito simples visualmente, com textos bem curtos e legendas mínimas. É uma espécie de "viagem no tempo", uma vez que coloca o espectador diante dos desafios e limites de uma observação feita com um artefato que busca, na medida do possível, reproduzir as características de um instrumento científico do passado. A observação com o quadrante leva o visitante a observar diretamente o céu e entender o funcionamento de um instrumento numa época em que os dados astronômicos chegam aos estudiosos através do computador.
Além do trabalho de astrônomo, Marcgrave realizou no Brasil observações sobre o clima, as terras, as plantas, os animais e as pessoas. Sua obra, Historia naturalis Brasiliae, editada ainda no século 17, serviu de referência para inúmeros cientistas e curiosos europeus interessados em conhecer e estudar o novo mundo.
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