12 de nov. de 2014

Água espacial

Pela primeira vez, cientistas encontram vapor d’água em planeta fora do Sistema Solar


(Ciência Hoje das Crianças) Bem longe de nós, a 120 anos-luz da Terra, em um exoplaneta do tamanho de Netuno, existe água em forma de vapor. Se você não ficou surpreso, saiba que é a primeira vez que pesquisadores encontram o líquido em um planeta fora do Sistema Solar. E por que isso é importante? Simples: a presença de água é imprescindível para que exista vida e encontrá-la em outro planeta pode indicar que ele abriga ou já abrigou seres vivos.

O achado foi feito em um exoplaneta batizado de HAT-P-11b que, apesar de ter um raio quatro vezes maior que o da Terra, é considerado pequeno. O problema é que a maioria dos planetas com tamanho semelhante é coberta por densas nuvens e, durante décadas, estudá-los era um desafio para os cientistas.

Porém, no caso do HAT-P-11b, os pesquisadores tiveram uma surpresa: sua atmosfera é bem clara e sem nuvens e, assim, foi possível detectar a presença das moléculas de vapor de água.

Como você deve ter imaginado, nenhum cientista viajou até esse planeta tão longínquo para verificar se havia água nele. Para você ter uma ideia, levaria 240 anos para ir e voltar de lá se conseguíssemos viajar na velocidade da luz — coisa que não estamos nem um pouco perto de conseguir fazer.

Para saber de que era feita a atmosfera do exoplaneta, os cientistas usaram dois telescópios chamados Hubble e Spitzer, que ficam lá no espaço, na órbita da Terra. Os telescópios detectam a luz refletida pelo planeta e com esse dado os pesquisadores conseguem saber os elementos químicos que o compõem.

Foi com base nisso que o astrônomo Jonathan Fraine, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, e seus colegas perceberam que a luz do HAT-P-11b brilhava de um modo específico que indicava a presença de vapor de água em sua atmosfera.

Agora, Jonathan e sua equipe querem descobrir se outros exoplanetas também têm água. “Há um grande número de exoplanetas por aí que podemos usar esta mesma técnica para investigar”, diz. “O próximo passo é estudar uma coleção maior de pequenos exoplanetas, uns 20 ou 30, e ver o que descobrimos”. Será que vem mais água por aí?

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