31 de mai. de 2016
O homem que mapeia o céu dos índios
(Motherboard) Certa vez o astrônomo Germano Bruno Afonso, 65, palestrava sobre arqueoastronomia numa universidade brasileira quando um professor da instituição pediu a palavra.
"A arqueoastronomia é muito interessante", disse o homem. "Mas não seria mais produtivo empregar seu talento apenas na produção do conhecimento astronômico mais formal?"
Afonso ficou confuso. "Não sei se o senhor está me elogiando ou ofendendo”, respondeu. “Algumas pessoas acham que o melhor é focar numa coisa só e ser melhor do que os outros nessa coisa. Eu não penso assim. Prefiro ser essa metamorfose ambulante, como diz o Raul Seixas.”
A réplica é quase um resumo da vida e obra do astrônomo. Exótico, arrojado e mente aberta, Afonso é um dos pioneiros no Brasil nas áreas de arqueoastronomia e etnoastronomia, duas áreas, digamos, pouco usuais. A primeira delas compreende o estudo das ideias das antigas civilizações sobre os astros; já a segunda tem como foco o conhecimento do mesmo tema entre povos não-ocidentais. No Brasil, devido ao nosso povoamento indígena originário, ambas se sobrepõem.
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