17 de abr. de 2014

Construa seu próprio sistema planetário

Jogo on-line desafia internautas a montar estrutura estável com o máximo de planetas habitáveis e variações de tamanho


(O Globo) Para poder abrigar vida como conhecemos, um planeta deve ter, entre outros fatores, distância suficiente de sua estrela - nem muito perto, nem muito longe -, de forma a poder ter água líquida correndo em sua superfície. É a chamada “zona habitável”, na qual a Terra está justo dentro das fronteiras em nosso Sistema Solar. A posição de um planeta em um sistema, no entanto, depende de um complexo processo de dinâmica orbital, com as interações gravitacionais entre os corpos presentes ao longo de milhões de anos podendo fazer com que colidam ou lançando-os para longe. E este complicado processo agora é “brincadeira de criança” em um jogo on-line.

Lançado nesta segunda-feira, o Super Planet Crash desafia os internautas a construir seu próprio sistema planetário em torno de uma estrela com o máximo de planetas possível em uma posição estável ao longo de sua zona habitável, com bônus em pontos para maiores variações nos tamanhos dos corpos. Desenvolvido pela Universidade da Califórnia em Santa Cruz, EUA, o jogo segue a última versão do Systemic Console, programa científico usado para ajudar na descoberta de planetas extrassolares em dados obtidos por instrumentos como o Automated Planet Finder (buscador automático de planetas, numa tradução livre, instalado no Observatório Lick, em um dos telescópios da instituição.

Por não emitirem luz própria, é muito difícil ver um planeta extrassolar diretamente. Assim, para descobrir a maior parte dos mais de 2 mil hoje conhecidos, os cientistas usaram basicamente dois métodos. O primeiro pela chamada velocidade radial, que mede as pequenas oscilações na posição da estrela produzidas pela atração gravitacional de um planeta em sua órbita, o que dá uma boa estimativa de sua massa. Já o segundo, conhecido como de trânsito, aproveita a passagem de um planeta em frente de sua estrela do ponto de vista da Terra para ver as ínfimas variações que isso provoca em seu brilho, e é muito útil para conhecer o raio e a órbita do corpo planetário.

Ambos métodos, porém, dependem de repetidas observações das variações no brilho da estrela, e ficam ainda mais complicados quando há múltiplos planetas em sua órbita. Assim, o Systemic Console foi desenvolvido para ajudar os cientistas a explorar e mergulhar nestes dados em busca de sinais de planetas extrassolares. O programa pode, por exemplo, combinar dados de diferentes telescópios e mesmo de medidas de velocidade radial e trânsito quando disponíveis para a mesma estrela, com ferramentas que permitem ainda derivar suas órbitas e a estabilidade delas.

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